A 17ª legislatura da Assembleia Legislativa de Pernambuco tende a ser a última para cerca de dez deputados que pretendem disputar vaga na Câmara Federal, em 2014. Sete desses cumprem o terceiro mandato na Casa de Joaquim Nabuco, e admitem que o fim do ciclo estadual está próximo, por razões como o cumprimento de missões partidárias, crescimento nas votações anteriores, pressão das bases eleitorais ou puro desgaste. As limitações do cargo - deputados estaduais não podem legislar sobre matérias financeiras ou administrativas, que são de competência exclusiva do Governo do Estado - também pesam contra, assim como o alto percentual de renovação na Alepe, que foi de 55% em 2010. Com isso, apenas 14 deputados possuem três ou mais mandatos hoje. Número que tende a cair, caso vinguem os desejos dos integrantes desse grupo.
Embora tenham seus nomes vinculados à possível disputa para a Câmara Federal, a estratégia adotada por alguns é não admitir. João Fernando Coutinho (PSB), primeiro secretário da Alepe, diz que não está tratando do assunto nem se movimentando. “Meu projeto é partidário. Devo meu mandato ao PSB. Não estou pensando em próximas eleições. Onde o partido achar que deve me colocar, estarei à disposição”, garante.
Na mesma linha de Coutinho, segue o comunista Luciano Siqueira. Vice-prefeito do Recife por oito anos e vereador da cidade, por dois, ele voltou à Assembleia Legislativa em 2011, mais de 20 anos depois. “Eleição é tarefa partidária, não projeto pessoal. Agora, não tenho carreira política, tenho militância. Posso disputar como não disputar eleições, depende muito de onde seja mais necessária a minha presença. Quase fui candidato a federal no ano passado, terminei não indo em função de uma avaliação de um conjunto de variáveis”, pontua.
Já Raimundo Pimentel (PSB) fala abertamente sobre o assunto. Ele ressalta que considerou a possibilidade de concorrer a federal já no ano passado. “A disputa federal é um projeto que acaba sendo de todos que possuem experiência acumulada e aumentam suas votações a cada eleição. Uma eleição federal, pela dimensão que possui, não é um projeto pessoal, mas partidário. Tem a questão da vivência na Alepe, o interesse do projeto político e o sentimento das bases. Você precisa buscar novos desafios”, argumenta Pimentel.
Ana Arraes
Nos bastidores, há um fator extra que motiva os deputados estaduais: a possível indicação da deputada federal Ana Arraes (PSB) para o TCU. A socialista obteve 387.581 votos no ano passado. “Se ela não for candidata, muitas bases vão ficar vagas. É um novo componente para o jogo. Também há outros federais que podem concorrer a prefeito, como João Paulo (PT), Danilo Cabral (PSB), Raul Henry (PMDB), Mendonça Filho (DEM) e Eduardo da Fonte (PP), no Recife, ou Gonzaga Patriota (PSB) e Fernando Filho (PSB), em Petrolina. Nessa estimativa, seriam quase um milhão de votos em aberto”, destaca uma fonte, em reserva.
Fonte: Blog da Folha
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